IMG 20171019 222225 1 202x300 - [Crítica] A Forma da Água
27/05/2018:

Um filme belo e sensível que mostra de uma forma especial a vida de uma pessoa apaixonada. Onde a personagem Elisa (Sally Hawkins) encontra o amor verdadeiro em um lugar que poucos pensam ser capaz de achar: em alguém que não tem a mesma aparência que ela. Embora a criatura (Doug Jones), possa de fato parecer ser um monstro a película expõem o contrário.

Sem clichês de autoajuda e arquétipos de filmes românticos convencionais A Forma da Água parte do exposto acima para desenvolver bem o casal de uma forma bonita. O monstro, apesar de monstro, continua do jeito que ele é sem que seja forçada uma humanização desnecessária da fera. E a forma como Elisa mostra seus sentimentos e sua sexualidade é ótimo.

O filme toca você ao mostrar que o amor pode nascer não de aparências e formas físicas e sim do que nós somos. A criatura enxerga Elisa como aquilo que ela é por dentro e não se limita a julgá-la pela sua deficiência – ela é muda devido a um acidente que sofreu quando criança. Ela, por sua vez, o vê como o ser único, inteligente e magnífico que é. Já o vilão é bem construído por ser, dentre outras coisas, um cara com desejos e ambições (como a maioria de nós).


Em suma A Forma da Água traz um filme com uma estética linda, verde e cheia de homenagens (com direito a Carmen Miranda na trilha sonora) de uma forma concisa, fluída e consistente em um ambiente frenético e paranoico de um anos 60 regrado de tensão. Em meio a conflitos políticos e em uma Guerra Fria disputada entre União Soviética e EUA. Uma excelente versão atualizada de O Monstro da Lagoa Negra (1954). É sem dúvida um ótimo filme e um dos mais divertidos e legais de Guilhermo del Toro.

Foto: Fox Serachlight Pictures